Na última sexta-feira, a cotação do dólar caiu pela quinta sessão consecutiva no mercado local, registrando uma desvalorização de 2,42% durante a semana — a maior desde o início de agosto do ano anterior.
O real foi novamente favorecido pela tendência global de enfraquecimento da moeda americana, após um discurso de Donald Trump que foi menos agressivo do que o esperado em relação ao comércio internacional.
A moeda americana chegou a se aproximar dos R$ 5,90, atingindo uma mínima de R$ 5,8679, mas perdeu força no final da tarde, alcançando uma máxima na última hora das transações.
Entre os fatores que influenciaram esse movimento estavam ajustes e realizações de lucro intradia, além de algumas incertezas geradas por propostas do governo para conter a alta dos preços dos alimentos, como a possível redução de tarifas de importação.
Indicador
Variação (%) - sexta-feira (24)
Valor
IBOVESPA
-0,03%
122.446,94 pts
Dólar
-0,23%
R$ 5,91
Euro
0,53%
R$ 6,20
Desempenho do Real e Influência de Trump
Durante o dia, o real se destacou entre as moedas de economias emergentes e países exportadores de commodities.
No entanto, fechou com ganhos menos expressivos que outras moedas, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Com uma alta de R$ 5,9251 no final das negociações, o dólar à vista encerrou com uma baixa de 0,12%, cotado a R$ 5,9186 — seu nível mais baixo desde 27 de novembro, quando estava em R$ 5,9135.
Após uma queda acumulada de 2,42% na semana, o dólar registra uma desvalorização de 4,23% no mês em relação ao real, que apenas perdeu para o peso colombiano e o rublo russo em termos de valorização entre as principais moedas.
Trump começou em marcha lenta do ponto de vista econômico, o que surpreendeu o mercado, que estava posicionado para uma coisa mais pesada. O real surfou essa onda de apetite ao risco no exterior. — Especialista em Investimentos
Tarifas e Relações Comerciais
Em entrevista, Trump mencionou que os EUA possuem um grande poder sobre a China, que seria a imposição de tarifas de importação, mas destacou que sua preferência é não utilizá-las.
Especialistas acreditam que o presidente americano manterá a ameaça de tarifação como uma estratégia de negociação inicial.
Mais tarde, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) revelou que realizará uma revisão do acordo comercial existente com a China, o que pode impactar nas futuras tratativas entre os dois países.