Demanda por Crédito Pessoal Cresce 30% no Brasil em 2025

Demanda por Crédito Pessoal Cresce 30% no Brasil em 2025

Em 2025, o Brasil testemunhou um fenômeno econômico marcante: a procura por crédito pessoal saltou impressionantes 30% no primeiro trimestre, indicando um movimento robusto de famílias e empresas em busca de liquidez.

Este artigo explora as causas desse cenário, os setores mais beneficiados, o impacto das taxas de juros, o perfil do consumidor, os riscos associados e as perspectivas para o restante do ano, além de oferecer dicas práticas para um uso consciente do crédito.

Contexto e Panorama Geral

O Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) registrou alta de 22% em janeiro de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a maior desde maio de 2022. Somado ao salto de 31% no varejo e 73% em serviços, a expansão consolidou o crédito pessoal como alavanca essencial para consumo e reorganização financeira.

Os dados do Banco Central apontam que a carteira de crédito livre às pessoas físicas atingiu R$2,2 trilhões em fevereiro, crescendo 12,4% em 12 meses. Apesar da taxa Selic girar em torno de 15% ao ano, a oferta de modalidades menos onerosas e o desejo de reconstruir o poder de compra impulsionaram as contratações.

Razões para o Aumento da Demanda

O movimento não se resume a um comportamento impulsivo. Muitas famílias recorreram a empréstimos para refinanciar dívidas mais caras e equilibrar o orçamento. A combinação de custo de vida e expectativa de inflação motivou a busca por crédito com condições mais favoráveis, sobretudo após um período de estagnação econômica.

Adicionalmente, a leve recuperação da renda familiar, ainda que modesta, conferiu confiança para novas contratações. Empresas de pequeno e médio porte também intensificaram pedidos de crédito visando capital de giro, diante de dinâmicas setoriais específicas e diversificadas que exigem investimentos em tecnologia, estoque e serviços.

O início de ano, tradicionalmente mais cauteloso, surpreendeu analistas ao apresentar o ritmo mais acelerado dos últimos três anos, sinalizando um apetite renovado por consumo e investimentos, mesmo em um cenário de juros elevados.

Setores em Evidência

Diversos segmentos sentiram o impacto direto dessa demanda crescente, mas alguns se destacaram por taxas de crescimento extraordinárias:

  • Serviços não financeiros: alta de 73% em janeiro, liderados por empresas de energia, telefonia e plataformas de aplicativos.
  • Varejo: recuperação de 31% no mesmo período, evidenciando aquecimento do consumo pós-estagnação.
  • Instituições financeiras alternativas: expansão de crédito fora do sistema tradicional, turbinando microcrédito e fintechs.

Cenário de Juros e Condições de Crédito

Apesar da taxa média dos juros para concessões alcançar 30,5% ao ano em fevereiro de 2025, persistiu a busca por modalidades mais vantajosas. O crédito consignado para beneficiários do INSS e servidores públicos manteve crescimento constante, com alta de 1,4% no mês, refletindo preferência por crédito consignado para beneficiários do INSS e por acordo de renegociação de dívidas em condições menos onerosas.

O cartão de crédito rotativo também cresceu 2,6% em fevereiro, indicando que consumidores recorreram a linhas rápidas de financiamento para cobrir despesas emergenciais e postergar decisões de compra mais volumosas.

Perfil do Consumidor e Comportamentos

O perfil médio de quem contraiu crédito em 2025 variou entre pessoas de renda média e baixa, focadas em equilibrar finanças, e pequenos empresários que buscaram capital de giro. A inadimplência manteve-se estável, em patamares moderados, mas o aumento da oferta levanta alertas sobre o ingresso de clientes com maior risco de crédito.

Em contrapartida, observou-se um movimento de educação financeira, com mais consumidores pesquisando taxas e simulando condições de pagamento antes de fechar negócio. Essa postura proativa contribuiu para conter disparadas no endividamento e cria uma base sólida para a recuperação do poder de compra no médio prazo.

Riscos e Perspectivas para 2025

Especialistas do mercado financeiro projetam que, embora 2025 prospere com crescimento de crédito, a expansão será mais moderada que em 2024, com expectativa de 9% no total da carteira e 8,3% para recursos livres. A preocupação central reside no aumento da taxa de inadimplência se os juros permanecerem altos e a economia desacelerar.

Em paralelo, a previsão de crescimento do PIB em torno de 2% reforça um cenário de recuperação gradual, mas sem grandes aceleradores. Nesse contexto, o crédito continuará sendo ferramenta estratégica para famílias manterem nível de consumo e para empresas organizarem fluxo de caixa.

Dados Quantitativos Relevantes

Para facilitar a visualização dos principais indicadores, apresentamos a seguir um resumo das estatísticas mais significativas de 2025:

Dicas Práticas para Uso Responsável do Crédito

  • Compare sempre taxas e prazos antes de assumir novas dívidas.
  • Priorize o pagamento de linhas com juros mais altos, como rotativo.
  • Mantenha uma reserva de emergência para evitar uso excessivo do cartão.
  • Considere a renegociação como estratégia para reduzir custos.

Conclusão

O crescimento de 30% na demanda por crédito pessoal no Brasil em 2025 reflete uma combinação de desafios e oportunidades. Por um lado, famílias buscam liquidez e reorganizam dívidas; por outro, empresas se capitalizam para crescer. Com juros ainda elevados e perspectivas econômicas moderadas, o caminho exige equilíbrio e planejamento.

Ao adotar práticas de educação financeira e uso consciente do crédito, consumidores e empresários poderão aproveitar esse momento de expansão de forma sustentável, contribuindo para uma economia mais resiliente e preparada para os desafios futuros.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson, 30 anos, é redator especializado em finanças populares no portal sudoestesp.com.br, com foco em conteúdos que ajudem o brasileiro comum a lidar melhor com seu dinheiro.